domingo, 13 de março de 2011

A Morte e Vida de Charlie sofre com as limitações de Zac Efron


A Morte e Vida de Charlie sofre com as limitações de Zac Efron


O drama “A Morte e Vida de Charlie” leva para as telas a adaptação do best-seller homônimo escrito por Ben Sherwood, mas em vez de uma história com viés espírita para adolescentes, ao estilo de “Um Olhar do Paraíso” (2009), a produção joga todo o seu apelo nas costas de seu astro. O filme não passa de um veículo para Zac Efron, uma tentativa de mostrar que a ator de “High School Musical” pode interpretar um papel que lhe exige mais que um rostinho bonito.
O limitado diretor Burr Steers, que volta a trabalhar com Efron depois de “17 Outra Vez”, não esconde o objetivo da produção e enche as telas com vários closes do rosto e corpo de Efron. Falta, entretanto, expressões dramáticas na maioria desses enquadramentos. O que é a verdadeira tragédia dessa filmagem.

Na trama, Charlie St. Cloud é o garoto perfeito, bom aluno e promessa no iatismo, e mantém uma relação de grande amizade com seu irmão mais novo Sam (Charlie Tahan). Mas, como num típico melodrama, tudo isso muda com uma tragédia. Num acidente de carro, com Charlie ao volante, Sam morre e o protagonista só escapa porque é ressuscitado por um paramédico (Ray Liotta). Após a experiência de quase morte, o rapaz começa a ver o espírito de seu irmão e se sente obrigado a cumprir uma promessa que lhe fez antes de sua morte, de voltar todos os dias para encontrá-lo no mesmo lugar.
Por causa desta promessa, Charlie desiste de seus sonhos e planos, e começa a trabalhar no cemitério em que o irmão foi enterrado. Todo dia, no horário do pôr do sol, ele vai se encontrar com o espírito do irmão. Até que, após cincos anos de uma vida reclusa, Charlie conhece uma garota chamada Tess (Amanda Crew) e começa a repensar seu destino.

Zac Efron até se sai bem no começo do filme, fazendo o papel de sempre, do garoto perfeito e bom exemplo. É inegável que o ator tem carisma. Mas, por mais que se esforce, não consegue emplacar nas cenas dramáticas, que não transmitem emoção, nem no envolvimento romântico com a personagem de Amanda Crew (“Evocando Espíritos”). O resultado é um casal sem química e paixão.
O filme também tem outros problemas. O ator-mirim que vive o adolescente fantasma é extremamente irritante e sem graça. Além disso, os experientes Kim Basinger (“Los Angeles, Cidade Proibida”) e Ray Liotta (“Os Bons Companheiros”) são pouco aproveitados em papéis pequenos.

Efron desistiu de protagonizar o remake de “Footloose” para estrelar este “A Morte e Vida de Charlie”, numa tentativa de apagar sua fama de astro teen, afinal já está com 23 anos, e tentar emplacar num papel dramático. Mas ao se distanciar das comédias leves, que caracterizam sua filmografia, só conseguiu colocar em evidência as suas limitações como ator.

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